Gerês - Lisboa

 TRAVESSIA GERÊS - LISBOA  

Gerês | Serra da Estrela | Lisboa

A travessia Gerês - Lisboa baseia-se nos percursos das travessias Gerês - Estrela 2011 e Gerês - Estrela 2015 e Estrela - Arruda 2016, eventos organizados pelo Clube de Ciclismo Travessia do qual faço parte.

A ideia nasceu do projeto duma travessia integral de Portugal, que foi testado com as travessias Estrela - Évora 2012 e Évora - Monte Gordo 2013 e mais tarde com a alternativa Arruda - Sagres 2017.

O percurso desenvolve-se em grande parte em cadeias montanhosas do norte e centro de Portugal o que lhe confere tanto de beleza como de dureza. É impressionante observar a mudança de paisagem que vai ocorrendo ao longo de cada etapa.

  • DURAÇÃO:  9 dias | 9 etapas 
  • DIFICULDADE:  Difícil   
  • DISTÂNCIA:  693 km
  • SUBIDAS:  18.000 m
  • DORMIDAS:  Parque de Campismo (1 noite em hotel)
  • APOIO:  Carrinha 
    



DIA 1 | VIAGEM | GERÊS a VIEIRA DO MINHO 

DISTÂNCIA | 39 km, + 1450 m

Transfer de Lisboa para a vila do Gerês, viagem de 4 horas.

No início da tarde a nossa aventura começa na Vila do Gerês percorrendo por estradas secundárias uma pequena parte do Parque Nacional da Peneda Gerês que nos oferece fantásticas e imensas paisagens compostas por várias serras, seus prados verdes, rios, lagoas e cascatas que constituem o destino turístico “Parque Nacional da Peneda Gerês”.

A primeira subida faz-se até ao miradouro da Pedra Bela onde a paisagem avistada é um autêntico anfiteatro natural, tendo como pano de fundo as pontes de Rio Caldo e toda a albufeira da Caniçada.

Depois de passarmos na aldeia da Ermida, no final da descida, vale a pena descer da bicicleta para uma visita à Cascata Fecha de Barjas, conhecida por muitos turistas como Cascatas do Tahiti.

Passando a aldeia de Fafião descemos até à barragem de Salamonde para passar o rio Cávado. A grande subida faz-se de início em estrada de alcatrão, para depois passar a terra. Para além das da paisagem deslumbrante poderemos ter a sorte de vislumbrar uma manada de cavalos Garranos (raça de cavalos selvagens existente desde tempos primitivos no norte de Portugal).
A descida é muito divertida com alguns trilhos mais técnicos na parte final.





DIA 2 | VIEIRA DO MINHO a AMARANTE

DISTÂNCIA | 62 km, + 1.600 m

O dia começa com uma passagem por Viera do Minho, poucos km depois contornamos as margens da barragem do Ermal antes da grande subida do dia.

O percurso passa agora por pequenas aldeias com casas em pedra, por caminhos ancestrais onde se podem observar as marcas deixadas na pedra pelos antigos carros de bois, para depois seguir pelos estradões usados pelo rali de Portugal (pelo famoso salto de Fafe) e mais à frente pela Casa do Penedo.

Passando o Alto do Viso (850 m), onde se situa a Capela de Nossa Senhora do Viso, teremos longas descidas e uma paisagem soberba que nos mostra o alto do Monte Farinha (Sra da Graça). Nos últimos km vamos percorrer a ecopista do Tâmega (antiga linha de comboio) que nos levará até Amarante.




DIA 3 | AMARANTE a ALVARENGA 

DISTÂNCIA | 63 km, + 2.700 m 

A etapa tem início na cidade de Amarante que por lá ter vivido São Gonçalo e tornando-se alvo de peregrinações foi crescendo. Já no Século XVI, D. João III ordena a construção do Mosteiro de São Gonçalo sobre a capela junto à ponte sobre o Rio Tâmega onde, reza a lenda,  São Gonçalo terá sido sepultado.
Passando a ponte subiremos por uma curta mas íngreme subida e após descida iniciamos uma grande subida na Serra da Aboboreira até aos 940 m de altitude onde se podem observar monumentos pertencentes ao conjunto Megalítico de Outeiro de Gregos (Mamoas 2 e 3 – dólmenes fechados 4450-3700 AC).

A descida para o rio Douro é longa, um percurso rápido e com paisagens deslumbrantes. A segunda e última grande subida do dia faz-se na serra de Montemuro de início por estrada secundária seguido de caminho antigo com piso irregular e por fim por uma larga estrada em calçada. A descida faz-se em estradões com muita pedra solta que exige muito cuidado.




DIA 4 | ALVARENGA  a VOUZELA

DISTÂNCIA | 61 km, + 2.600 m 

O percurso desta etapa tem muitas estradas secundárias, estradões e alguns caminhos antigos que vão ficar na memória.

A saída de Alvarenga faz-se por uma subida suave seguida de uma descida rápida para a praia fluvial de Meitriz (encravada entre as Serras de Montemuro e Arada). Passando o rio Paiva temos de vencer uma "autêntica parede" para chegar ao Alto da Serra da Arada.
Desceremos para Regoufe, uma antiga aldeia mineira praticamente abandonada, e daqui seguiremos um penoso mas maravilhoso caminho até a aldeia de Drave que, embora sem habitantes, serve de Base Nacional à IV secção do Corpo Nacional de Escuteiros (CNE). É caminho muito técnico pelo que só alguns habilidosos se aventuram e conseguem não desmontar da bicicleta. A subida seguinte (cobra) não será menos memorável... Nesta subida poderão contemplar uma obra da natureza “a garra”. É uma formação na encosta montanhosa que se assemelha a uma autêntica garra de ave.
Acima dos 1000 metros da Serra da Arada poderemos rodar 360º e contemplar fantásticas paisagens serranas. A Norte a Serra da Gralheira e Montemuro, a Oeste a Serra da Freita, a Sul, mesmo ali à mão a maravilhosa Serra do Caramulo e mais ao longe os contornos da imponente Serra da Estrela.
A meio da descida final faremos um desvio ao percurso (350m) para visita e banhos no Poço Azul que é um espaço rochoso com água corrente muito limpa, com pequenas quedas de água e uma lagoa com bastante profundidade.




DIA 5 | VOUZELA a VALE DO ROSSIM

DISTÂNCIA | 114 km, + 2.900 m

Pela distância e pelo acumulado de subidas podemos dizer que esta é a etapa rainha desta travessia.

Podemos dividir a etapa em duas partes: a primeira de aproximação à Serra da Estrela e a segunda da subida final. O percurso inicial permite um bom andamento e poupança de esforço para gastar nos km finais. Iremos pela ecopista do Vouga até Viseu faremos a subida à Sé, a saída da cidade por estrada até às margens da barragem de Fagilde.
Passaremos pelas aldeias de Cortes e do Melo já no sopé da serra, na subida passamos pela aldeia do Folgosinho e de seguida pela dura calçada dos Galhardos. A etapa termina com paisagens na serra mais alta de Portugal continental junto à lagoa do Vale do Rossim.




DIA 6 | VALE DO ROSSIM a JANEIRO DE BAIXO

DISTÂNCIA | 85 km, + 2.650 m

Teremos por companhia paisagens de início na Serra da Estrela depois na Serra do Açor terminando no vale do Rio Zêzere.

Passaremos pelos seguintes locais de interesse ao longo do percurso: Barragem de Lagoacho; Barragem do Covão do Curral; Lagoa Comprida; Vila de Vide; Aldeia de Foz de Égua; Aldeia do Piódão; Aldeia da Covanca; Aldeia de Unhais-o-Velho; Barragem de Santa Luzia.

A dureza do percurso deste dia deve-se essencialmente à geografia pois o percurso é quase na totalidade estradões e algumas estradas secundárias, com alguns caminhos antigos como a ligação de Foz de Égua ao Piódão e um trilho na parte final da descida para Janeiro de Baixo.





DIA 7 | JANEIRO DE BAIXO a BOSTELIM 

DISTÂNCIA | 75 km, + 2.100 m

A saída da aldeia faz-se ao longo da margem do Zêzere, por estrada passamos pela Garganta do Zêzere, na localidade de Cambas passamos a ponte do rio rumo a sul.
Por estradões e estradas, algumas com muito declive, atingiremos o topo da Serra Alvelos (ou Serra do Cabeço da Rainha como também é conhecida, 1080 m).

A descida em estradão é longa mas rápida até à Praia Fluvial de Aldeia Ruiva. Passamos a Ribeira da Isna a vau, e o percurso desenrola-se ao longo do vale da ribeira passando junto a várias pequenas praias fluviais. Os últimos 3 km fazem-se por trilho terminando na bela praia fluvial do Bostelim.





DIA 8 | BOSTELIM a GOLEGà 

DISTÂNCIA | 81 km, + 1.650 m

O início do caminho leva-nos a passar a ribeira a vau, subindo depois para a aldeia de Relva onde se encontra o Museu das Aldeias. Atingimos o topo da Serra da Melriça onde fazemos uma visita ao Centro Geodésico de Portugal. Ao fim de umas descidas passaremos junto à Praia Fluvial e Cascata do Penedo Furado.

Seguindo o percurso da GRZ (Grande Rota do Zêzere) vamos passar na Praia Fluvial Aldeia do Mato.

Continuando a seguir o rio até à foz em Constância e depois seguindo o Rio Tejo passamos pelo Castelo de Almourol, Tancos, Vila Nova da Barquinha e chegamos à Golegã que é uma vila portuguesa no Ribatejo, famosa pela Feira Nacional do Cavalo.




DIA 9 | GOLEGÃ a LISBOA

DISTÂNCIA | 113 km, + 350 m 

O percurso desenvolve-se em estradas agrícolas nas lezírias, passando por Azinhaga, Vale de Figueira, Ribeira de Santarém, aqui tomamos o caminho de Fátima (no sentido contrário ao da peregrinação) até Lisboa passando pelas localidades ribeirinhas de Valada, Vila Franca de Xira, Alhandra, Alverca e Sacavém para terminarmos a nossa travessia em Lisboa Junto à famosa ponte Vasco da Gama.

"Lisboa é a capital de Portugal. Uma cidade que foi recebendo muitas e diferentes culturas vindas de longínquas paragens ao longo do tempo, ainda hoje se sente um respirar de aldeia em cada bairro histórico. Podemos percorrer a quadrícula de ruas da Baixa pombalina que se abre ao Tejo na Praça do Comércio e, seguindo o rio, conhecer alguns dos lugares mais bonitos da cidade: a zona monumental de Belém com monumentos do Património Mundial, bairros medievais, e também zonas de lazer mais recentes ou contemporâneas, como o Parque das Nações ou as Docas. Nas proximidades de Lisboa, há uma sequência de praias do Atlântico, entre elas Cascais e Estoril".